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Grupontapé de Teatro estreia espetáculo “Tempo de Águas”

Com 22 anos de estrada, um dos mais tradicionais grupos de Uberlândia, o Grupontapé de Teatro, estreia, no dia 13 de maio, às 20 horas, na Escola Livre do Grupontapé de Teatro, em Uberlândia-MG, o espetáculo “Tempo de Águas”. Com a classificação livre, a peça dirigida pela atriz e diretora Inês Peixoto (Grupo Galpão) tem a duração de 70 minutos.

A montagem conta a história de duas mulheres, uma velha e a outra jovem que, confinadas por causa de uma tempestade, refletem sobre a condição de suas vidas em meio a atritos e entendimentos. Um encontro inesperado que traz à tona revelações de um universo feminino, sobretudo humano.

“Tempo de Águas” é um texto da dramaturga Patricia Zangaro, autora argentina de diversos textos teatrais, que coleciona muitos prêmios e suas obras têm sido traduzidas para o português, inglês e francês. O Grupontapé é a primeira companhia de teatro a montar esse texto, no Brasil. No elenco, estão as duas atrizes co-fundadoras do Grupo: Katia Bizinotto e Katia Lou e, na retaguarda, toda a equipe da trupe envolvida no processo.

O espetáculo representa para o Grupontapé a conclusão de um ciclo iniciado em 2009, no qual se propôs a uma trajetória em busca da autonomia artística. Participaram desse ciclo os diretores: Fernando Limoeiro, Cris Lozano, Juliano Pereira, Mário Delgado (in memorian), Aryel Gutierrez e Eduardo Moreira. “Terminar esse ciclo com a direção de Inês Peixoto, uma artista completa e sendo ela uma representante do Grupo Galpão, é motivo de celebração para o Grupontapé, por ser a sua maior referência desde o início de sua trajetória, bem como para tantos outros grupos no Brasil e no mundo”, comenta Katia Bizinotto.

A montagem

Os encontros com a direção iniciaram-se já em novembro, uma vez que o interesse era que a estreia se desse dia 22 de abril, data de nascimento das atrizes Katia Bizinotto e Katia Lou. “A Katia Lou foi a responsável por fazer esse texto chegar às nossas mãos. As duas já haviam lido anos antes, mas lemos juntas e de imediato me apaixonei por ele. Mergulhamos então nessa história atemporal, que nos trouxe chão para pensarmos a condição da mulher sob vários aspectos. Inspiradas por tudo que o teatro nos possibilita, embaladas por cantos e danças sagradas, unimos nossas forças para colocar em cena, de forma extremamente poética, a força do feminino para vencer a opressão e o esquecimento”, conta Inês Peixoto.

Para Katia Lou o texto abordava o que elas estavam buscando construir. “Mas com uma diferença: já estava pronto e poderíamos nos dedicar então a mergulhar nele. Levando em consideração o início dos nossos ensaios, após a escolha do texto, o processo foi relativamente rápido, mas se olharmos para a história do Grupo praticamente levamos 23 anos para chegarmos até aqui”, complementa.

Leituras, workshops e ensaios aconteceram entre idas e vindas no trecho Uberlândia e Belo Horizonte. O substrato desse trabalho está calcado na experiência e a convivência de quase 23 anos de Grupo dessas duas atrizes, sob a regência de uma direção sensível e atenta.

Além de Inês Peixoto na direção, o Grupontapé contou com a parceria de profissionais de fora e do próprio Grupo que agregaram muito ao processo, como o ator, diretor e dramaturgo Eduardo Moreira, um dos responsáveis pela tradução do texto juntamente com a atriz Katia Lou; o multiartista Flávio Arciole, um grande e antigo parceiro do Grupo que, juntamente com Inês Peixoto, assina a criação dos figurinos e do cenário; Babaya Moraes, preparadora vocal de importantes grupos e artistas, assumiu a direção de texto; Mona Magalhães, uma nova parceira a quem coube a caracterização das personagens; a atriz e diretora Juliana Nazar, que fez a assistência de direção; o premiado iluminador Alexandre Galvão, criador da iluminação dos dois últimos espetáculos do Grupo que, juntamente com Juliano Rodrigues, assinam a iluminação desse trabalho, e Vinícius Alves, que preparou a ambientação sonora do espetáculo e toda equipe do Grupontapé, entre outros profissionais e amigos que participaram do processo.

A arte não pode esperar

“Esse espetáculo é fruto da nossa vontade, mas também fruto de parcerias. Tivemos o projeto que incluía a montagem, aprovado no último edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (2016). Entramos, em 2017, com recurso garantido, pois as DI´s foram protocoladas nos primeiros dias de janeiro. O contrato com patrocinador foi assinado e a conta corrente aberta, mas fomos pegos de surpresa com os ensaios já em andamento, quando foi decretada a calamidade financeira do município o que nos impediu de receber o patrocínio”, conta a atriz Katia Bizinotto.

Para a atriz e uma das gestoras do Grupo isso gerou muita ansiedade, porque o Grupo não tinha a opção de não fazer ou de esperar para 2018 ou, na melhor das hipóteses, para o segundo semestre. “A agenda de muitos dos envolvidos estava comprometida para o segundo semestre. Foi desgastante trabalhar sem recurso. Mas o que contou foram as parcerias, a solidariedade e o desejo de ver esse trabalho de pé. Agora esperamos que o município honre o projeto que foi readequado para custear as apresentações para estudantes da rede pública gratuitamente”, declara.

O Grupontapé de Teatro

Criado em 1994 na cidade de Uberlândia, o Grupontapé tem como missão o desenvolvimento humano por meio do teatro. Realizou diversas montagens de vários autores e de própria autoria, proporcionando reflexão com sensibilidade ao público pelas diversas cidades que circulou, no Brasil e na América Latina.

Focado no processo do teatro de grupo, para além dos espetáculos o Grupontapé mantém, desde 2001, a Escola Livre do Grupontapé de Teatro, espaço de formação e intercâmbio na cidade de Uberlândia, onde é atuante na organização e representação política da atividade teatral.

Fazer um teatro que comunica com o público e que aborda questões ligadas à condição humana sempre foram escolhas naturais do Grupo durante

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